Palavras Simples

    Começo de semana nunca muda, sempre o mesmo brilho do sol adentrando meu quarto através da janela, o mesmo café gelado, a barulheira das crianças indo à escola, sem falar do congestionamento infernal, que só se passa despercebido ao som relaxante de alguns grupos musicais ingleses ou norte americanos, vozes suaves, uma doce disposição para amar a vida e o que virá pela semana.

    Ao ler o jornal, sentir a textura e a leveza de cada folha que antecede a leitura é constrangedor imaginar os fatos cotidianos que assustam a nossa gente, terra talvez não tão querida, já que o valor dado a si mesmo aqui não é lá grande coisa. Não me tomo como exemplo, mas devíamos superar as expectativas, os impasses e as discordâncias em cada verso da vida.

    Parece simples pensar em alguém, arriscar e conversar durante horas, minutos, talvez seja o mínimo de envolvimento quando quero mais. O objetivo está claro que é a confusão e o interesse repentino numa mente intrigante e ingênua.

    É difícil de explicar o sacrifício que fazemos em prol da felicidade própria e dos apaixonados a alheia. Assuntos mornos e simpáticos, para manter o contato a proximidade ou pouco de toque, uma vez que é desejado mais.

    Seguindo uma linha de pensamento revolta e irônica ando pensando muito, especulando um pouco, nada a preocupar-se. Apenas declaro antes do anoitecer que esta não é uma semana poética, mas das palavras fáceis de entender. Terminando longe do vazio ou do gélido quarto escuro sem muita mobília, com poucas paredes e uma janela.


Dedicado a você.

Tarde de Sono

    Volto a dizer, de forma rápida, tardes como essas, ensolaradas ao ouvir vozes nada suaves e impertinentes. Logo me desconcentro, mas fico tranquilo sem nada a esperar, parece estranho mostrar indiferença, mas não há nada a fazer.

    Não posso chamar por seu nome, nem mesmo bater em sua porta, são ações limitadas. Esse sentimento reside nas rosas viventes em águas turvas, dificil de colher, dificil de explicar.

    Adoto o silêncio e um olhar cerrado, não espero, sei que não virá.
    Entre um bocejo e outro, adormeço.

sábado, 9 de outubro de 2010